O Mulato
     O Mulato é uma obra clássica da literatura brasileira por representar um autor e o estilo em que se consolidou, nesse caso Aluísio Azevedo como um autor naturalista. O naturalismo é uma vertente do realismo, ou seja, sua principal característica é a objetividade. Diferente das obras realistas, no naturalismo há ainda o destaque para a posição do homem como um animal, sendo assim as obras são escritas representando o ser humano em sua natureza primitiva, influenciado pelo meio e por seus instintos.
     O livro conta a história de Raimundo, um mulato que desconhece suas origens, o qual se apaixona pela filha de um português que mora no Maranhão. Considerando-se que os eventos se passam antes da abolição da escravatura, ainda que Raimundo seja um intelectual formado em direito, é óbvio que haverá uma clara oposição de toda a sociedade maranhense frente à esse romance. Mesmo diante disso Raimundo e sua amante, Ana Rosa, tentam fugir. Apesar de os conflitos girarem em torno desse relacionamento, a verdadeira temática da obra é sobre a raça do protaganista. Tudo na obra converge para algo próprio do estilo naturalista: o determinismo. Nesse caso de várias formas: raça, meio e contexto histórico. A obra não menciona tanto a questão da sexualidade como O Cortiço (outro trabalho naturalista de Aluísio Azevedo).
     Por sua linguagem pesada e narrativa inicialmente lenta, o livro se tornar maçante para o leitor contemporâneo, entretanto a partir da segunda metade do livro os capítulos ganham agilidade e criam uma expectativa que prende o público.
     A leitura de O Mulato não é fácil, as descrições extensas e constantes cansam, mas a obra é muito interessante e inteligente. Capta bem o contexto histórico e a sociedade, principalmente nordestina, que era fruto de uma oligarquia rural e escravista, e por isso tinha ainda mais preconceito contra os negros, registra inclusive o início das discuções sobre o fim da monarquia. Eu, particularmente, gostei.
    Definitivamente esse se tornou meu livro mais amado, apesar de não ser oficialmente meu. Meu padrasto ganhou o livro e minha mãe me sugeriu a leitura, principiei sem nem imaginar do que se tratava a obra, mas acabei tornando-me íntima de cada uma das suas 399 páginas.
    “A Sombra do Vento” relata um romance policial que se passa em Barcelona na época da guerra civil espanhola, um tempo de terror gerado pelo nazi-facismo e pelo governo franquista. A obra não tem um caráter histórico, mas pode-se perceber em alguns momentos descrições verossimilhantes à realidade dos espanhóis em meados dos anos 40.
     O personagem principal da obra é Daniel Sempere, cujo pai possui uma livraria, e é nesse contexto que o destino leva o garoto a um livro que mudaria sua vida para sempre. Todo o romance gira em torno das origens desse livro repleto de mistérios. Num período de terror nas ruas de Barcelona, Daniel desenterra uma história cabulosa envolvendo o mais autoritário investigador da cidade.
     A obra não pode ser comparada a nada que já li, seu ritmo incansável desencava memórias fortes e entorpecentes. Creio que a leitura durou entre duas e três semanas, e a cada vez que suas páginas repousavam em minhas mãos eu sabia que teria momentos deliciosos. Mergulhei nessa obra como nunca em minha vida, por um tempo pareceu-me que minha vida estava naquelas páginas, eu não apenas li o livro, eu o vivi.
     Nada do que escrevi aqui é capaz de representar o quanto eu amei essa obra de Carloz Ruiz Zafón, talvez vocês nem o apreciem da forma como apreciei, mas deixo aqui minha opinião caso interesse.

          Com um nome tão singelo e uma capa tão doce, espera-se dessa obra um drama delicado e belo como o de A Menina que Roubava Livros (a similaridade do título é sugestiva), entretanto John Harding preparou para o leitor uma grande surpresa.
          O romance desenvolve-se como um thriller que aos meus olhos pareceu bastante influênciado pela obra de Henry James, A Outra Volta do Parafuso (ou A Volta do Parafuso, há controvérsias sobre a tradução do título). Nos dois romances o círculo de personagens, o contexto histórico e a narrativa são semelhantes. 
         Nos dois livros as crianças são orfãs e vivem sob os cuidados de uma preceptora que é responsável por toda sua educação, a grande diferença entre as obras está no papel que essa personagem representa. Em A Outra Volta do Parafuso a preceptora é a vítima de uma série acontecimentos inexplicáveis envolvendo as crianças e durante toda a leitura têm-se a impressão de que tudo é apenas fantasia criada pela mulher. Já em A Menina Que Nao Sabia Ler é uma das crianças que nos apresenta fatos sobrenaturais causados pela preceptora, fatos que também são duvidosos.
         São duas obras magníficas, mas devo dizer que apreciei muito mais a leitura do romance de John Harding. Li compulsivamente até o fim, 288 páginas em uma semana. Ao concluir a leitura permaneci com aquela sensação incrível de supresa e pesar por ter acabado. Seja qual for o livro, se ao ler suas últimas páginas faltar-lhe o ar e o coração acelerar, então é um ótimo livro. A Menina Que Não Sabia Ler é um ótimo livro.


A Pequena Abelha
              O que me chamou a atenção para esse livro foi o design dele. O trabalho gráfico da capa e contra-capa tem pra mim um imenso charme, não sei explicar a razão. O fato é que graças a bela capa eu fui atraída ate o livro.
              Como qualquer outro livro, A Pequena Abelha traz em seu verso uma pequena resenha da historia que será lida, entretanto as palavras ali escritas dizem muito pouco sobre a narrativa, quase nada. 
              Desde o primeiro parágrafo me encantei com o livro, Chris Cleave tem um domínio impressionante sobre as palavras fazendo dessa narrativa não apenas uma historia interessante, mas bela. O autor brinca de ioiô com o leitor, levando-o de um lado para o outro no espaço temporal enquanto desenrola a obra.
             A falta de informações sobre os tema do livro é extremamente importante para desfrutar da melhor forma possível dos recursos que o autor usa pra prender o leitor, não saber nada sobre a narrativa é o melhor jeito de se deliciar com ela. Se você pretende ler o livro prive-se de procurar resumos na internet, isso vai acabar com o que há de mais interessante nessa leitura.
             Apesar de não ser um livro repleto de ações Chris Cleave consegue amarrar o leitor com esse jogo de ideias, em que ao invés de simplesmente jogar os fatos ele manipula a sequência de acontecimentos para que a historia fale por si e o novelo se desfaça gradativamente.
              Interessante também é a forma como a historia é contada, o autor alternou a voz narrativa dos capítulos entres as duas personagens principais, nenhuma é narrador-onisciente entretanto unidas elas funcionam como um. 
              Por ultimo devo fazer uma observação sobre a originalidade da obra, obviamente meu acervo de livros lidos não é extenso o suficiente pra que eu afirme que não há livro de historia semelhante a essa, mas se alguém já escreveu algo parecido eu não tomei conhecimento disso ainda.
              Não tenho mais nada a dizer a respeito do livro, exceto que espero que muitas pessoas aproveitem essa leitura tanto quanto eu, pois ela foi deliciosa.
              

       Projeto fotográfico - Primeira Semana

Tema: Verão

      Inicialmente minha mente divagou pela ideia abstrata de verão e me levou aos clichês da definicão dessa estação climática: sol, praia, mar, pessoas sorrindo e brincando etc. Nada disso me serviu pra e resolvi pedir ajuda para outras pessoas. Infelizmente nossa cabeça está condicionada aos lugares-comuns e todos pensaram a respeito do verão o mesmo que eu, todos exceto uma pessoa.
      Algumas pessoas são simplismente diferentes, pensam diferente e se destacam por isso. A ideia da pessoa que me ajudou foi criar uma foto paradoxal inspirada no vídeo da música Sunny Afternoon da banda The Kinks. Apesar do tema da música ser uma tarde ensolarada, o vídeo foi gravado na neve.
      Com base nisso e em outras coisas que a pessoa em questão me disse ficou decidido que eu escreveria no gelo. A forma mais fácil que eu encontrei de fazer isso foi colocar EVA em forma de letrinhas dentro d'água e levá-la ao congelador. Infelizmente eu esqueci de um pequeno detalhe que fez muita diferença e dificultou todo o processo, não passou pela minha cabeça nem por um segundo que o EVA é menos denso que a água, sendo assim ao colocá-lo na forma de gelo ele boiaria ao invés de ficar dentro da pedra como eu gostaria.
       Demorei muito tempo para conseguir colocar os pedaços de EVA dentro da pedra, foi necessário colocá-los em um pouco d'água, esperar congelar e só então colocar mais água para que ficassem entre as duas camadas de gelo. Quando consegui notei que a água formava pequenas rachaduras e bolhas ao longo da pedra, deixando as letras que eu ali havi colocado, ilegíveis.
      Desisti definitivamente de escrever dentro do gelo, e pensei que seria mais fácil fazer um "híbrido" de gelo colorido e letras numa tigela. Misturei água e corante aliménticio de várias cores e levei-os ao congelador. Fiz uma bagunça enorme na cozinha, sujei alguns panos de corante e minhas mãos ficaram infestadas de manchas coloridas (corante aliménticio nao diluído demora um pouco para sair da pele). Gelo colorido pronto e lá fui eu formar a composição para tirar a foto, usei um "spray" de neve falsa que tinha em casa para dar um efeito de neve na borda do recipiente e coloquei as pedras lá dentro. O resultado final foi um tigela com bordas esbranquiçadas cujo conteúdo era um líquido escuro misturado a pedras de gelo, uma mistura horrível. 
       Após tudo isso achei melhor fazer algo que não envolvesse gelo, e então resolvi usar o "spray" de neve falsa. As mesmas letras de EVA que eu havia feito para colocar no congelador eu usei sobre uma base de papel vermelho e neve falsa de forma que elas formassem a palavra SUMMER, e por cima joguei algumas estrelinhas comestíveis que guardo para colocar em cupcakes. Parecia que finalmente as coisas tinham dado certo!
       No hora de fotografar tive que experimentar algumas vezes com minhas duas objetivas e a melhor foto foi tirada com a 18mm-55mm que além de ser mais clara foca com uma distância menor do objeto principal, cerca de 15 cm. Infelizmente estava chovendo e não pude levar o objeto em questão para o exterior para uma luz melhor e exatamente por isso nao foi possível colocar o diafragma fechado o suficiente para focar bem, nota-se que as últimas letras da palavra estão desfocadas e peço desculpas por isso.
      Esse foi o resultado final:
                     Estava lendo o blog antigo da Laura e da Gabs e vi isso, achei legal e vou postar.


REGRAS:
1. Abra sua lista de música (no ipod, mp3 player, windows media player, etc.)
2. Coloque no modo shuffle/random/aleatório.
3. Aperte play.
4. Para cada pergunta abaixo, escreva o nome da música que esteja tocando.
5. Quando passar para a próxima pergunta, aperte o botão pra avançar pra outra faixa (next).
6. Não minta e não tente parecer legal.




Créditos iniciais: Please Mister Postman - Beatles
Tema do seu nascimento: I Don't Feel Like Dancing - Scissors Sisters
Primeiro dia na escola: Rock and Roll All Night - KISS
Primeira briga: Pretty Noose - Soudgarden
Primeira decepção amorosa: Tiny Little Robots - Cage The Elephant
Tema de sua vida escolar: Resistance- Muse
Tema de sua vida adulta: Future Wars - Anvil
Trilha sonora para sua primeira vez: The Jeweller's Hands - Arctic Monkeys
Trilha sonora para as demais vezes: Five to One - The Doors
Primeira canção em seu carro: Magical Mystery Tours - Beatles
Tema de seus flashbacks: The Show Must Go On - Queen
Sua canção de namorados: Modern Times Rock and Roll - Queen
Música de seu casamento: Dirty Deeds Done Dirt Cheap - AC/DC
Tema do nascimento de seu primeiro filho: Fuck You - Lily Allen
Última música que ouvirá antes de virar gagá: Mr. Hyde - BB Brunes
Música que estará tocando quando morrerá: Hole in the Sky - Black Sabbath
Música do funeral: Peace Frog - The Doors
Créditos finais: The Hunch - Rooney


Isso simplismente nao faz sentido
          O ano de 2010 chega ao final, por diversas razões, marcado como o melhor ano da minha vida. 
          Pessoas que a um ano não passavam de desconhecidos tornaram-se parte fundamental da minha rotina e me fizeram feliz durante esses 365 dias. Não tentarei citar nomes para não correr o risco de esquecer alguém, mas a todos vocês que me aguentaram ao longo do ano: obrigada!
          Tenho que agradecer também aos amigos lindos de longa data que até hoje estão comigo, amigos cuja amizade esteve presente nos últimos 3, 8, 9 ou ate mesmo 10 anos, e vale observar que não deve ter sido fácil me aturar por tanto tempo.
         Ah, e um obrigada todo especial e um tanto abstrato para a musica, não sei o que seria de mim sem a trilha sonora linda que coloriu 2010. Melodias que se tornaram conhecidas ao longo do tempo, e até mesmo aquelas que já eram parte de mim e foram companheiras de todos os dias, fossem eles tristes ou felizes.
        Ainda nesse assunto musical abro um espaço para agradecer ao Paul por me dar o melhor dia da minha vida. Cada minuto daquele show foi inesquecível, mesmo as horas que passei esperando na fila em que pude ouvir historias incríveis de outros fãs. Seria impossível descrever a importância que esse dia tem para mim, e por isso nem me darei ao trabalho de tentar. E aqui deixo um obrigada gigantesco ao meu pai que proporcionou tudo isso, agradecerei eternamente.
          E que 2011 seja tão bom quanto foi 2010, ou ate mesmo melhor.